Em Sucre nasceu a Liberdade. Esse é o slogan da primeira cidade da Bolívia, fundada em 1538, berço da revolução chuquisaca e da declaração de independência nacional.
Entre praças largas e catedrais gigantescas, espremem-se casinhas brancas de arquitetura colonial com portinhas pequenitas de madeira vermelha, uma grán capital com ar de pueblito espanhol.
Sucre já foi a principal capital do país. Católica e um tanto quanto aristocrática, a elite chuquisaqueña, formada por brancos e mestiços latifundiários e ultraconservadores, governava o país até a guerra civil de 1898, quando perdeu o status para os liberais revolucionários indígenas de La Paz. A cidade ainda guarda rivalidade com o Norte, e aqui as pessoas não gostam de Evo. A primeira coisa que a dona do hostel nos disse é que “estamos viviendo la peor pesadilla de nuestras vidas, pero, con la gracia de Dios, el pueblo tendrá dinero novimiente cuando cambiarnos este presidente”.
La Ciudad Blanca é um sobe e desce de calçadas estreitas e praças floridas, monumentos imponentes e antigas fontes de pedra, escadões e ruelas com calçamento de pedrinhas redondas que cintilam de noite sobre a luz dos postes de ferro antigo. Nas paredes há poemas de saudade pintados em azulejos:
“Vuelta a ti mí canción
Vuelta a ti mí querer
Busca en mí vida triste el amargo padecer
Busca luz de tus ojos
Y un consuelo que nunca há de ver”
Comments